Amanhã não há aula - e balanço da dos Felizes da Fé

Amanhã não haverá aula. A compensar em Janeiro, conforme acordado.

Segunda 3, masterclass sobre Ficção científica com a Prof. Rosário Monteiro.

Quarta 5, aula normal, com o docente da cadeira.


O documentário de ontem, como terão percebido, corresponde ao que em inglês se chama 'mockumentary' (de to mock, fazer troça) e documentário). No entanto, todos os episódios lúdico-teatrais são reais e o documentário é sério: só que o grupo que aborda é provocatório e humorístico, assim o documentário exagera o tom sério (adoro a voz do narrador) e torna-se ele mesmo uma espécie de performance dos Felizes da Fé.

O grupo insere-se numa tradição milenar: a das provocações de Diógenes na ágora (praça pública), considerado por Alberto Pimenta talvez o primeiro performer. Ou autor de happenings... Qual a diferença? O filme explica, creio, uma definição de possível, de entre muitas:

  • na performance o público sabe que está a assistir a uma performance (e por isso tende a ser em espaços fechados)
  • no happening o público não sabe sequer que é público - ou do que é público. (E a rua é o espaço mais natural)
  • mas ambos são mescla de várias artes, fusão, com um acrescento próprio de algum modernismo: a despreocupação com a perfeição ou a riqueza dos materiais. 
  • o suporte da pintura é tradicionalmente a tela ou o interior de um espaço sagrado ou, se profano, palácio de nobre
  • já na rua o recurso desavergonhado e despreocupado a recursos mínimos e a materiais 'pobres' é corrente. 
Performance e happening são intervenções poéticas. Isto é, sob o aparente desmazelo há uma consciência estética. E são ambas únicas e pelo menos parcialmente improvisadas, ao contrário do teatro, onde as representações procuram repetir-se, sendo as diferenças (um actor num dia menos inesperado, esquecendo texto etc.) não intencionais.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A crónica - TPC: ler

Pessoas reais