O gosto dos outros

A VOZ DA RAZÃO CRÍTICA
Poucas pessoas sabem reconhecer a qualidade – eu sei. Durante anos fiz crítica literária e, em nome do rigor c
ientífico, cumpri sempre à risca um preceito: nunca ler os livros sobre os quais escrevia, para não ser influenciado na justeza da minha avaliação.

Depois percebi, com algum horror, que mesmo isso era insuficiente: ao falar só de livros sobre os quais tinha ouvido falar, não estaria já a ser subjectivo?

Ainda assim, o meu método ficou famoso e é não desguarnecido de orgulho que hoje tenho muitos discípulos, espalhados pelos mais prestigiados fazedores de opinião: Expresso, Público, JL (sobretudo o JL), revista Ler, revista do Círculo de Leitores, boletim da SPA, Colóquio-Letras.

Enfim o meu trabalho é reconhecido e a Gulbenkian (uma espécie de Serralves, só que com menos nus) convidou-me para, assistido por Maria Do Rosário Pedreira e Aurélio Gomes, informar o País dos dez livros dez que merecem perfazer o Cânone destes primeiros 17-18 anos do século XXI.

Vai ser maningue bué baril, acho.

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